A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou a inclusão do medicamento betadinutuximabe no tratamento de neuroblastoma de alto risco. A decisão, anunciada nesta quinta-feira, 5 de setembro, permitirá que o Sistema Único de Saúde (SUS) custeie e distribua o remédio, que é comercializado sob o nome Qarziba.
O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer infantil mais comum, depois da leucemia e dos tumores cerebrais. O betadinutuximabe é indicado para casos de alto risco ou recidiva e já foi utilizado em mais de mil pacientes em 18 países. Estudos indicam que o medicamento melhora a sobrevida, aumenta a probabilidade de cura e reduz o risco de recidiva da doença.
Para ser elegível ao tratamento com betadinutuximabe, o paciente deve ter sido previamente tratado com quimioterapia e alcançado pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células-tronco. O custo do medicamento é elevado, cerca de R$ 2 milhões, o que torna sua inclusão no SUS um marco importante para o acesso ao tratamento de crianças com neuroblastoma no Brasil.
A decisão de incorporar o betadinutuximabe ao SUS foi impulsionada por campanhas de arrecadação de recursos e pela mobilização de famílias que enfrentam dificuldades para acessar tratamentos caros. Em janeiro deste ano, uma campanha para o tratamento de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira, destacou a urgência da inclusão do medicamento no sistema público de saúde.
Além do betadinutuximabe, a Conitec também aprovou a incorporação de novos medicamentos para o tratamento de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, ampliando ainda mais o acesso a tratamentos essenciais para a população brasileira.