Os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm observado uma redução significativa no percentual de jovens que não trabalham, não estudam e nem seguem em formação, conhecidos como ‘nem-nem’. De acordo com o relatório “Education at a Glance 2024”, a taxa média de jovens entre 18 e 24 anos nessa situação caiu de 15,8% em 2016 para 13,8% em 2023.
Essa diminuição é atribuída a mercados de trabalho mais robustos e a uma maior participação dos jovens na educação. No Brasil, a taxa de jovens ‘nem-nem’ também apresentou uma queda, passando de 29,4% para 24% no mesmo período. Apesar dessa melhora, o país ainda enfrenta desafios significativos, já que a porcentagem de jovens sem ensino médio completo permanece acima da média da OCDE.
Especialistas apontam que a falta de qualificação educacional é um dos principais obstáculos para a inserção desses jovens no mercado de trabalho. No Brasil, 64% dos jovens entre 25 e 34 anos sem ensino médio ou qualificação técnica estão empregados, em comparação com 75% daqueles que concluíram essa etapa. A diferença salarial entre esses grupos também é notável, com trabalhadores sem ensino médio ganhando menos.
Além disso, o relatório destaca a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Embora as mulheres tenham, em média, um desempenho educacional superior ao dos homens, elas ainda enfrentam maiores dificuldades para se inserir no mercado de trabalho e alcançar salários equivalentes.
Para enfrentar esses desafios, é essencial que políticas públicas continuem a focar na educação e na qualificação profissional dos jovens. Programas de incentivo ao estudo e à formação técnica, aliados a um mercado de trabalho inclusivo, são fundamentais para reduzir ainda mais o número de jovens ‘nem-nem’ e promover uma sociedade mais equitativa e desenvolvida.