Fabio BenedictoEntre 2015 e 2021, o Brasil registrou uma queda significativa no investimento público em educação, conforme aponta o relatório “Education at a Glance 2024” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Durante esse período, o investimento médio anual caiu 2,5%, enquanto os países da OCDE aumentaram seus investimentos em 2,1% ao ano.
Essa redução impacta diretamente a qualidade da educação oferecida, desde o ensino fundamental até o superior. Em termos absolutos, o Brasil investe menos por aluno em comparação com a média dos países da OCDE. No ensino fundamental, por exemplo, o investimento anual por aluno é de aproximadamente R$ 20,5 mil, enquanto a média da OCDE é de R$ 66,5 mil. No ensino médio, a disparidade continua, com o Brasil investindo R$ 22,6 mil por aluno, contra R$ 71 mil nos países da OCDE.
Além dos recursos financeiros, a remuneração e as condições de trabalho dos professores também são preocupantes. Em 2023, o salário médio anual dos professores brasileiros nos anos finais do ensino fundamental era 47% inferior à média da OCDE. Além disso, os professores no Brasil trabalham mais horas e enfrentam salas de aula mais lotadas, com uma média de 22 alunos por professor, em comparação com 13 alunos na OCDE.
A diminuição dos investimentos e as condições adversas enfrentadas pelos educadores refletem-se na qualidade do ensino e nas oportunidades oferecidas aos estudantes. A falta de recursos adequados compromete a infraestrutura das escolas, a formação continuada dos professores e a implementação de políticas educacionais eficazes.
Para reverter esse cenário, é fundamental que o governo brasileiro priorize a educação como um pilar estratégico para o desenvolvimento do país. Investimentos consistentes e bem direcionados são essenciais para garantir uma educação de qualidade, capaz de formar cidadãos preparados para os desafios do século XXI e promover a equidade social.
