O mercado financeiro aumentou a estimativa para a inflação em 2024, passando de 4,63% para 4,71%. A revisão foi divulgada nesta segunda-feira (4) no Boletim Focus, relatório semanal publicado pelo Banco Central que compila projeções de economistas de instituições financeiras.
Razões para o aumento da previsão
A revisão reflete a combinação de fatores internos e externos que pressionam os preços:
- Dólar elevado: A valorização recente da moeda americana, que chegou a R$ 6, encarece produtos importados e impacta diretamente itens como combustíveis e insumos industriais.
- Custos de energia: A alta no preço da energia elétrica devido a ajustes tarifários afeta a cadeia produtiva e o consumidor final.
- Volatilidade no mercado agrícola: Problemas climáticos têm elevado os preços de alimentos, como grãos e hortifrúti, impactando a cesta básica.
Impactos no planejamento econômico
O aumento na expectativa de inflação pode trazer consequências relevantes para a economia e para a vida da população:
- Juros mais altos: O Banco Central pode ser pressionado a manter a taxa Selic elevada por mais tempo para conter a inflação.
- Renda comprometida: O aumento dos preços reduz o poder de compra das famílias, impactando especialmente as de menor renda.
- Investimentos retraídos: A incerteza econômica pode desestimular novos aportes em setores produtivos.
Perspectivas para 2024
Embora o mercado projete inflação acima do centro da meta, que é de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual, o índice ainda se mantém dentro do limite superior de 4,75%. A previsão do crescimento do PIB para o ano foi mantida em 1,9%, indicando uma recuperação moderada da atividade econômica.
Ação do governo e Banco Central
Especialistas defendem que medidas estruturais, como avanços nas reformas tributária e administrativa, podem ajudar a conter a inflação no médio prazo. No curto prazo, o governo tem reforçado a necessidade de controle dos gastos públicos para evitar pressões adicionais sobre os preços.
A população é orientada a redobrar o planejamento financeiro para enfrentar um cenário de preços ainda instáveis no próximo ano.