As vendas de imóveis no Brasil cresceram 19,7% de janeiro a setembro de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O setor vem colhendo os frutos da retomada econômica e de ajustes no cenário de crédito, que tornaram os financiamentos mais acessíveis.
Destaques do crescimento
Os imóveis de médio e alto padrão lideraram o aumento, representando 68% do total de unidades comercializadas. Já o segmento de habitação popular, impulsionado pelo programa Minha Casa Minha Vida, também apresentou crescimento, especialmente em regiões metropolitanas e cidades do interior.
Segundo Luiz França, presidente da Abrainc, o resultado reflete a confiança dos consumidores e investidores no mercado imobiliário. “A queda parcial nas taxas de juros e o aumento da renda em alguns setores ajudaram a impulsionar o setor. Há um ambiente favorável para novos lançamentos e aquisições”, afirmou.
Fatores de impulso
- Redução dos juros para financiamento imobiliário: Apesar de a taxa Selic permanecer alta, os bancos têm flexibilizado condições de crédito, com taxas atrativas para quem busca financiamento.
- Alta demanda por imóveis maiores: A busca por qualidade de vida após a pandemia segue impulsionando o mercado de imóveis maiores e em áreas menos densas.
- Investimentos no setor: Incorporadoras retomaram lançamentos com foco em tecnologias sustentáveis e construções inteligentes, atraindo novos compradores.
Desafios e oportunidades
Apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta desafios, como a inflação de materiais de construção e o alto custo do crédito em comparação a anos anteriores. No entanto, a perspectiva para 2025 é de continuidade do crescimento, com novos projetos em planejamento e maior estabilidade econômica.
Projeções para o próximo ano
Especialistas apontam que o setor imobiliário deve continuar aquecido em 2025, com estimativa de crescimento em torno de 15%. “Com uma possível redução gradual da Selic e programas habitacionais sendo ampliados, o cenário deve seguir positivo”, avalia a economista Mariana Costa, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O mercado imobiliário se consolida como um dos pilares da retomada econômica do país, reafirmando sua relevância na geração de empregos e no aquecimento da economia.