O Brasil registrou, em 2024, um aumento no número de novos casos de AIDS, mas o índice de mortalidade caiu para o menor patamar desde 2013. Dados do Ministério da Saúde revelam que, apesar do crescimento no diagnóstico, melhorias no acesso a medicamentos e avanços nas campanhas de conscientização têm sido determinantes para salvar vidas.
Alta nos diagnósticos
Em 2024, o país identificou um aumento de 10% nos casos novos de infecção pelo vírus HIV em comparação com o ano anterior. Esse crescimento reflete, segundo especialistas, tanto uma maior disseminação do vírus em algumas populações quanto uma ampliação no alcance dos testes e campanhas de diagnóstico precoce.
“Estamos identificando mais casos porque as pessoas têm procurado os serviços de saúde, e o diagnóstico está sendo feito mais cedo. Isso é positivo, pois permite que o tratamento seja iniciado rapidamente”, afirmou uma representante do Ministério da Saúde.
Redução da mortalidade
Embora o número de casos tenha crescido, a taxa de mortalidade por AIDS caiu para o menor nível dos últimos 11 anos. Este avanço é atribuído ao aumento no acesso a antirretrovirais e à evolução das terapias disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2024, mais de 700 mil pessoas receberam tratamento gratuito no Brasil, segundo o ministério.
Além disso, iniciativas como a distribuição de medicamentos preventivos (PrEP) e a ampliação de centros de testagem têm desempenhado papel crucial na redução de complicações e na prevenção de novas infecções.
Populações mais vulneráveis
O crescimento dos casos foi mais expressivo em populações específicas, como jovens entre 20 e 29 anos e pessoas acima dos 60 anos, grupo que tradicionalmente tinha menor incidência. Especialistas alertam para a necessidade de ampliar campanhas de conscientização voltadas para essas faixas etárias.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços no tratamento e da queda na mortalidade, o aumento nos diagnósticos reforça a necessidade de intensificar ações preventivas, como a distribuição de preservativos e a realização de campanhas educativas. A meta do Brasil é alinhar-se aos objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030.
“A redução na mortalidade é um indicativo de que estamos no caminho certo. Porém, ainda há muito trabalho a ser feito para que consigamos conter a disseminação do vírus”, concluiu um especialista em saúde pública.
O governo promete ampliar os investimentos no combate ao HIV e fortalecer a rede de atenção básica para lidar com o aumento de casos, ao mesmo tempo em que mantém a tendência de queda na mortalidade.